sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A importância da família junto do jovem desportista

A propósito da apresentação “Os pais também Jogam?” realizada pela Psicóloga de Desporto Cristina Oliveira na cerimónia de apresentação das equipas para a época 2011-2012, encontramos nos nossos documentos este artigo, que em tempos publicamos no N&R, e que nos relembra a importância dos pais junto dos filhos que praticam desporto.

“No mundo do desporto, não são raras as situações onde observamos os pais, que são as pessoas que mais gostam das crianças, transformarem-se nos seus maiores inimigos (...) mas é também uma realidade, que a grande maioria dos pais apoia os seus filhos, o que torna o epicentro de suporte ao desenvolvimento desportivo”. (Raposo 2006).
Todos os pais querem o melhor para os seus filhos. Esta afirmação faz com que os pais tenham uma natural e normal visão centrada nos seus filhos e uma visão afunilada da sua prática desportiva, tendo dificuldade na maior parte das vezes de analisar o envolvimento desportivo em que os filhos se encontram inseridos.
Felizmente a maioria dos pais são participativos e envolvem-se correctamente no acompanhamento dos seus filhos no desporto, sendo um contributo essencial à sua formação. Mas infelizmente é um facto cada vez mais assistido e debatido no desporto, alguns pais, procuram nos filhos o sucesso que nunca experimentaram como praticantes desportivos, e outros por terem sido bons praticantes e atingido bons resultados manifestam ressentimento pelos filhos não conseguirem alcançar feito idênticos aos seus.
Os pais são um pilar fundamental na formação dos atletas assumindo um papel fundamental e crucial para o sucesso da formação desportiva e da construção de uma carreira desportiva. Para isso têm que colaborar de forma positiva na formação da personalidade do jovem e encarar com naturalidade o treino e a competição, percebendo que cada criança e jovem é diferente biológica e psicologicamente e existem igualmente ritmos de aprendizagem e maturação diferenciados.
Para muitos pais o que interessa são os resultados desportivos nos treinos e nas competições, criando nesses resultados a base da análise do desempenho dos seus filhos, fazendo com que o seu sucesso oscile com os seus bons ou maus resultados, não entendendo assim que estas oscilações são normais no processo de formação desportiva. A atitude certa passará sempre pela não criação de expectativas exageradas quando surgem os bons resultados e a não desvalorização nem comparação quando os resultados, por diversos motivos, surgem menos bons, aí tem que haver a tentativa da compreensão e da consequente aprendizagem que daí advém.
Espera-se assim que os pais ajam de forma a que os filhos não faltem aos treinos, sejam pontuais, que pratiquem uma boa alimentação e tenham bons hábitos de vida, que controlem as horas de repouso/sono, que tenham atenção ao seu estado de saúde, comunicando sempre que surja qualquer sintoma fora do normal, que transmitam entusiasmo, que adoptem atitudes positivas e compreensão nos momentos menos bons, que respeitem as competições, os seus regulamentos e decisões de arbitragem, não misturem a sua função com a do treinador, que sejam um pilar de apoio no decurso de todo o processo formativo. No fundo que deixem os seus filhos CRESCER como atletas e como Homens.
Segue-se um quadro que sistematiza de uma forma muito directa a assertiva aquilo que os pais devem e não devem fazer para ajudar os filhos que praticam desporto.
O que os pais não devem fazer para ajudar os filhos que praticam desporto:
O que os pais devem fazer para ajudar os filhos que praticam desporto:
·   Forçar os filhos a praticarem qualquer actividade desportiva;
·   Discutir com árbitros e juízes;
·   Comentar publicamente,         de forma depreciativa, o comportamento de jogadores, treinadores, árbitros e outros pais;
·   Interferir de algum modo no trabalho do treinador;
·   Criticar excessivamente os resultados alcançados pelo filho;
·   Ajudar a criar expectativas exageradas sobre o seu  futuro   como    praticante desportivo;
·   Alimentar,      com      elogios  fáceis,  a aparecimento de atitudes de vaidade e sobranceria;
·   Proibir a prática desportiva, como forma de castigo, em particular face aos maus resultados escolares.

·   Estar presente nas competições em que eles participem;
·   Encorajá-los a respeitarem as regras da modalidade e do espírito desportivo;
·   Dar um bom exemplo, através de um relacionamento    amigável com os pais e acompanhantes dos adversários;
·   Realçar sempre o prazer de fazer desporto e a alegria de o praticar;
·   Elogiar o esforço realizado e os progressos conseguidos;
·   Aplaudir todas      as marcas alcançadas, independentemente de quem as realiza;
·   Ajudar a conciliar a sua actividade escolar e desportiva;
·   Apoiar e acompanhar a actividade sem pressionar ou intrometer-se;
·   Ter sempre presente que se trata de uma actividade dos jovens e para jovens;
·   Ajudar o treinador, o dirigente e o clube na resolução dos problemas relacionados com a actividade desportiva em que ele está envolvido;
·      Ter um comportamento respeitador e comedido perante as vitórias e as derrotas e ajudar o filho a assumir semelhante atitude.


Jovens no Desporto. Um pódio para todos. Centro de Estudo e Formação Desportiva (IDP)